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Como será que o teste genético pode apontar suscetíveis doenças? 

Em uma era de informações instantâneas, não é surpresa que as pessoas queiram saber o máximo possível sobre o risco de desenvolver doenças.

Agora, existem testes que nos permitem dar uma olhada em nosso destino genético, embora alguns tenham questionado a exatidão de tais informações. 

Surgiram várias empresas que vendem os kits e oferecem aconselhamento genético com base nos resultados.

Os testes se tornam cada vez mais avançados e importantes nos dias atuais, como o teste de coronavírus, por exemplo, que se tornou essencial durante o período de pandemia. 

Os testes com amostras de sangue geralmente exigem receita, mas outros pedem aos consumidores que simplesmente cuspam em um tubo ou esfreguem a parte interna da bochecha. 

Se presente nos resultados os marcadores genéticos podem ser favoráveis em certas condições. Esses marcadores, chamados SNPs (ou polimorfismos de nucleotídeo único), são variações nas sequências de genes. 

Os SNPs não causam doenças, mas podem ajudar a determinar as chances de desenvolver uma determinada doença. 

Continue a leitura para saber quais são as doenças mais comuns que podem ser identificadas como suscetíveis em um teste genético! 

O que este artigo aborda:

Teste genético pode apontar suscetíveis doenças: entenda
Teste genético pode apontar suscetíveis doenças: entenda
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Doenças que podem ser apontadas como suscetíveis em teste genético

Antes de falar sobre quais são as doenças que mais costumam ser apontadas como suscetíveis em teste genético, é importante dizer que os resultados que indicam que você tem um risco acima da média de contrair uma doença não garantem que você vai obtê-la. 

Da mesma maneira,  quando os resultados não mostram marcadores de risco não significam que você não vai. 

Mas, para alguns, agir com base nas informações, como decidir parar de fumar ou fazer mudanças na dieta, pode ajudar a prevenir o desenvolvimento da doença ou diminuir seus efeitos.

E mesmo quando mutações são encontradas, os cientistas nem sempre são capazes de traduzi-las para dizer exatamente quanto aumentam as chances de desenvolver uma doença.

Dito isso, aqui estão algumas das doenças que podem ser apontadas como suscetíveis ao realizar um teste genético.

Câncer de mama e ovário

A grande maioria dos diagnósticos de câncer de mama ocorre naquelas sem histórico familiar conhecido da doença, mas 5 a 10 por cento são devido a até três mutações genéticas nos genes BRCA1 ou BRCA2.

Os genes BRCA fazem parte de uma classe definida como supressores de tumor. Se passarem por alguma mutação o seu crescimento pode ser de forma descontrolada. 

Mulheres com mutações nesses genes têm cerca de cinco vezes mais chances de desenvolver câncer de mama do que aquelas sem eles, e entre 15 e 40 vezes mais chances de desenvolver câncer de ovário.

Doença celíaca

Doença autoimune desencadeada por proteínas chamadas glúten, encontradas no trigo, cevada e centeio, a doença celíaca afeta os tecidos do intestino delgado, causando diarreia e dor abdominal. 

Muitas pessoas com doença celíaca não apresentam sintomas, entretanto, a condição pode imitar outros diagnósticos, como a síndrome do intestino irritável. 

O único tratamento é seguir uma dieta sem glúten, que evita danos intestinais.

A doença celíaca pode ser atribuída à genética. Os testes procuram versões específicas de genes para uma proteína do sistema imunológico chamada HLA-DQ. A proteína é codificada por um conjunto de genes no cromossomo 6.

Cerca de 1 em 22 pessoas com um irmão, pai ou filho com doença celíaca desenvolverão a doença. Pessoas com parente de segundo grau (tia, tio, sobrinha, sobrinho, avô, neto ou meio-irmão) apresentam risco de 1 em 39.

Transtorno bipolar

Também conhecido como transtorno maníaco-depressivo, o transtorno bipolar é uma doença mental marcada por fortes oscilações de humor do desespero à euforia.

O transtorno bipolar possuí um componente genético forte, apesar disso, os SNPs que foram identificados representam uma parte pequena dos casos. E uma grande quantidade (93%) dos casos podem ser desencadeados por hereditariedade. 

Os testes tentam identificar uma proteína que possuí o gene ANK3, que está ligado na composição e função das células nervosas.

Aqueles com uma mutação em um gene chamado Fat, localizado no cromossomo 4, parecem ter o dobro do risco de desenvolver bipolar que a pessoa média, embora os cientistas ainda não tenham certeza do motivo.

Obesidade

A obesidade vem atingindo pessoas no mundo inteiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de um terço dos americanos são classificados como obesos, o que significa que pesam pelo menos 45 quilos a mais do que seu peso ideal ou têm um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais.

Os cientistas ainda não sabem quantos genes estão envolvidos no desenvolvimento da obesidade, embora pesquisas atribuam a obesidade à hereditariedade em até 84% das pessoas afetadas.

Variações em um gene chamado gene FTO são responsáveis ​​por quase 7 quilos de diferença de peso.

Um estudo recente também mostrou que os níveis do gene FTO eram maiores no tecido adiposo e o SNP no gene FTO parece quase exclusivamente associado ao tecido adiposo em vez da massa muscular ou densidade óssea.

Conclusão

A realização do teste genético se tornou algo muito mais prático e comum nos dias atuais e pode ajudar a apontar suscetíveis doenças, antes mesmo que elas se desenvolvam. 

Portanto, se você tem interesse em realizar esse tipo de teste, fale com o seu médico ou procure por uma empresa/laboratório especializado e confiável. 

Depois de realizar o teste, fale com o seu médico e tire todas as dúvidas para compreender se foi possível identificar alguma possível doença que poderá ser desenvolvida com o passar do tempo. 

Logo, caso exista suscetibilidade para alguma doença, você já poderá tomar os devido cuidados.

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Marcela Ferreira

Enfermeira pós graduada com especialização em traumas, urgência e emergência. 12 anos de experiência na área de saúde mental na rede SUS do município de Belo Horizonte. Atuo com criança, adolescentes, adultos e usuários de múltiplas drogas.

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